No ano de 1986, os
operadores da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, realizaram um experimento
com o reator 4. A intenção inicial era observar o comportamento do reator
nuclear quando utilizado com baixos níveis de energia. Contudo, para que o
teste fosse possível, os responsáveis pela unidade teriam que quebrar o
cumprimento de uma série de regras de segurança indispensáveis. Foi nesse
momento que uma enorme tragédia nuclear se desenhou no Leste Europeu.
Entre outros erros,
os funcionários envolvidos no episódio interromperam a circulação do sistema
hidráulico que controlava as temperaturas do reator. Com isso, mesmo operando
com uma capacidade inferior, o reator entrou em um processo de superaquecimento
incapaz de ser revertido. Em poucos instantes a formação de uma imensa bola de
fogo anunciava a explosão do reator rico em Césio-137, elemento químico de
grande poder radioativo.
Com o ocorrido, a
usina de Chernobyl liberou uma quantidade letal de material radioativo que
contaminou uma quilométrica região atmosférica. Por fim, uma nuvem de material
radioativo tomava conta da cidade ucraniana de Pripyat. Em termos comparativos,
o material radioativo disseminado era quatrocentas vezes maior do que as bombas
utilizadas no bombardeio das cidades de Hiroshima e Nagasaki, no fim da Segunda
Guerra Mundial.
Após a explosão,
autoridades soviéticas organizaram uma operação de limpeza composta por 600 mil
trabalhadores. Nesse mesmo tempo, helicópteros eram enviados para o foco central
das explosões com cargas de areia e chumbo que deveriam conter o furor das
chamas. Além disso, foi necessário que aproximadamente 45.000 pessoas fossem
prontamente retiradas do território diretamente afetado.
Para alguns
especialistas, as dimensões catastróficas do acidente nuclear de Chernobyl
poderiam ser menores, caso esse modelo de usina contasse com cúpulas de aço e
cimento que protegessem o lugar. Logo após as primeiras ações de reparo, foi
construído um “sarcófago” que isolou as ruínas do reator 4. Enquanto isso, uma
assustadora quantidade de óbitos e anomalias indicava os efeitos da tragédia
nuclear.
Hoje, buscando sanar definitivamente
o problema da contaminação, uma equipe de projetistas trabalham na construção
do Novo Confinamento de Segurança. O projeto consiste no desenvolvimento de uma
gigantesca estrutura móvel que isolará definitivamente a usina nuclear de
Chernobyl. Dessa forma, a área do solo contaminado será parcialmente isolada e
a estrutura do sarcófago descartada.
Apesar de todos
esses esforços, estudos científicos revelam que a população atingida pelos
altos níveis de radiação sofre uma série de enfermidades. Além disso, os
descendentes dos atingidos apresentam uma grande incidência de problemas
congênitos e anomalias genéticas. Por meio dessas informações, vários
ambientalistas se colocam radicalmente contra a construção de outras usinas
nucleares.
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