sábado, 11 de agosto de 2012

Tório: Uma alternativa viável




Estima-se que o tório seja entre três a quatro vezes mais abundante na crosta terrestre que o urânio, e tem também a vantagem de ser encontrado na natureza num isótopo adequado (evitando que tenha de passar por um processo de enriquecimento). O combustível feito à base de tório pode ser igualmente utilizado como uma mistura de sais fundidos.

A fissão nuclear do tório ocorre quando os átomos deste absorvem um neutrão de modo a tornarem-se mais pesados, decaindo rapidamente para um isótopo do protactínio e depois para um isótopo do urânio, que é dividido ao ser atingido por um neutrão extra. O número de neutrões gerados não é suficiente para uma reação sustentada, por isso um acelerador de partículas pode ser utilizado para produzir os neutrões necessários à fissão do tório, e um reator nuclear que utilizasse uma fonte externa deste tipo seria designado pelo sistema acionado por acelerador (ADS, do inglês accelerator drivem system). O conceito de ADS é atribuído a Carlo Rubbia do CERN, o co-vencedor do Prémio Nobel da Física em 1984. Um reator deste género seria consideravelmente menor que outros tipos de reatores, e se o acelerador fosse desligado poria fim à reação nuclear. Mas é preciso destacar que isto não evitaria o calor produzido pelo decaimento dos materiais radioativos e continuariam a ser necessários sistemas de refrigeração.

O tório consegue criar muito mais energia com a mesma quantidade de material comparativamente ao urânio. Tanto é que Rubbia declarou que uma tonelada de tório consegue produzir a mesma energia que duzentas toneladas de urânio.

Embora o tório tenha já sido usado em reatores experimentais, os reatores abastecidos de forma exclusiva por tório não são ainda uma realidade. Países como a Rússia, a Índia ou a China estão atualmente a investir no desenvolvimento deste tipo de equipamento.

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